Quando amamos queremos mais e mais amar. Ou seja, não nos perguntamos acerca dos motivos que nos fazem querer amar de modo tão enlouquecido.
Ninguém duvida de que o amor é uma coisa muito boa. No entanto, o amor não é um sentimento separado de seu oposto – e que ele mesmo quer tamponar.
A questão é que achamos que se amarmos mais e mais iremos suprimir isso que é o contrário do amor. Ou seja, só intervimos do lado do amor. Sequer tocamos seu avesso.
Há um nível subterrâneo e perturbador do amor.
A verdadeira saída não deveria ser achar que é amando loucamente que conseguiremos purificar o amor desse seu lado esquisito.
O verdadeiro ato de amar é intervir nesse domínio subterrâneo e obsceno do amor – transformando-o.