O olhar, o tato, a audição e o pensamento só tocam as bordas das coisas. Existe o lado de dentro, o de fora, o embaixo e o encima. Tudo isso pode ir na direção de um infinito. Jamais atingiremos o todo do que quer que seja.
É por isso que há sempre alguma tristeza em amar demais, em amar de menos e em não amar nada. Tem sempre – ao menos- um a mais em tudo. Ninguém sabe a medida do pensar e do sentir. Tudo possui vários lados – que são incontroláveis.
Não adianta limpar o tempo todo. Jamais saberemos quando a casa estará suficientemente limpa.
O real da realidade é que ela nunca será toda real. Em tudo há alguma angústia.
Podemos tensionar o fazer quando queremos controlá-lo. Podemos estragar o lazer quando o planejamos demais ou não o planejamos nada.
Jamais saberemos como seremos interpretados. Nenhum olhar é só um olhar, nenhum gesto é só um gesto, nada é literal e tudo é metafórico.
O que faremos com isso que não controlamos? Nada e nem ninguém pode fazer qualquer coisa por nós. O fato é que teremos que dar conta de amar carregando isso conosco – e sem deixar que isso coloque a perder o nosso amor.
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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