O problema é quando desembestamos a procurar por um outro que gostaríamos de ser. Ou seja, quando saímos procurando esse outro-nosso que fosse sem enigmas. Doce ilusão!
Nunca saberemos quem somos. É por isso que muitos são desassossegados de dia e sem sono à noite.
Não existe esse outro – idealizado – que inventamos para nós mesmos. Quantos já não tomaram suas vidas pelo que não são? Quantos não vivem perdendo tempo com terapias e livros de autoajuda inócuos?
Todo autoconhecimento é mentiroso. Não existe introspecção – ao menos no sentido de querer saber de si através de uma construção fora de si.
Existe solução para o vazio de si? Sim. Mas não uma solução para fora dele. A solução é para dentro dele – e sem querer ultrapassá-ló.
A solução não é sair do um pulando para o dois, o três – e assim por diante. A solução é da conta de ficar com esse um-vazio. Tomá-lo como sendo seu, carregá-lo e, quem sabe, até dar conta de gostar dele. Sem ser masoquista, é claro.
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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