Na tragédia, os atores vivenciam dor, morte, desamparo e perda. Nenhum desses sentimentos – presentes na ficção – nos são estranhos na vida real.
No palco, os atores gritam e choram. No entanto, é tudo representação.
É importante repetir que o que é representado é apenas o grito e o choro. Em cena, a dor não pode ser representada. A dor tem que ser vivida. Caso contrário, não estaremos diante de um grande ator e, sim, de um canastrão.
Portanto, nada melhor que o teatro para nos ensinar a lidar com nossos desesperos, angústias, depressões e ansiedades.
Ou seja, precisamos dar conta de viver as nossas dores – sem gritar e sem chorar por isso. Precisamos carregar conosco nossas mortes, desamparos e perdas – sem angustiarmos ou deprimirmos por isso.
Os atores se angustiam e se deprimem. Mas só de brincadeira. Na vida real, temos que dar conta de ser assim também.
Ao menos na ficção, os artistas dão conta de vivenciar o pior de que somos – e sem enlouquecerem por isso.
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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