Evaristo Magalhães – Psicanalista
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Duas pessoas são abandonadas no amor. Uma consegue lidar com isso sem sofrer e, a outra, se descabela? Por que?
Penso que não se trata de quem deu conta e de que não deu conta de elaborar a perda. Penso que não se trata de quem é mais e de quem é menos amadurecido psicologicamente.
Penso que se trata de como cada um se relaciona com o que se passa em seu próprio corpo. Achamos que a solução é compreender – pelo viés do sentido – tudo o que nos incomoda. Não é.
Somos racionais demais. Achamos que o conhecimento é a solução. Avaliamos a inteligência de uma pessoa pela qualidade de seu vocabulário. Achamos que a felicidade é explicar tudo direitinho.
Sentiremos angústia – mesmo com o maior amor do mundo.
A alegria de viver não está de fora para dentro do corpo. A alegria de viver não está em acoplar objetos, roupas e palavras ao corpo. A alegria de viver está em aceitar e amar o próprio corpo.
O corpo tem seu próprio acontecimento, a sua própria linguagem e seu próprio tempo. Não adianta lutar contra ele. Não adianta querer compreendê-lo. Não adianta emparelhar coisas nele.
Tudo é corpo. Perder um grande amor faz doer o corpo? Sim. Adianta lutar contra essa dor? Não. E se amássemos essa dor? E se amássemos nossos corpos em todas as suas manifestações? Não sofreríamos menos quando perdêssemos nossos amores?
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