Evaristo Magalhães – Psicanalista
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A paixão é quando ocupamos todo o pensamento de alguém. É por isso que a paixão dura pouco. Ninguém pode viver só para uma pessoa.
Depois da paixão, vem o amor.
O amor é quando fazemos parte do pensamento de alguém. É quando nossa imagem aparece dentro dele no momento em que ele acorda, depois que ele toma café, almoça, sai do trabalho ou termina de praticar esporte.
Existe amor enquanto ocupamos – ainda que minimamente – alguma parte do interior de quem amamos.
Não há o que possamos fazer para aparecermos e permanecemos dentro do outro. Não adianta querer que uma luz nossa acenda dentro dele. Não adianta fazer caras e bocas, iniciar um papo cabeça ou contar vantagens. Não adianta se enfeitar, maquiar, exibir a conta bancária ou os dotes físicos.
Não é possível forçar a barra para fazer parte da vida de quem quer que seja.
O amor só funciona se for livre. Ele – simplesmente – acontece. O outro nos vê, conversa conosco e, no caminho de casa, se pega pensando no que viu, ouviu e sentiu desse encontro.
A questão é quando o outro adentra o nosso interior e não adentramos o interior dele. Quando isso ocorre, não há o que possamos fazer.
Ainda não inventaram um injeção de aplicar pessoas dentro das outras.
O amor é sorte!
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