Evaristo Magalhães – Psicanalista
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Não estamos amando e podemos vir a perder quem amamos.
Ninguém é só amor. Todo mundo é amor e desamor.
O amor é só uma borda do desamor. O amor é só um pequeno furo no imenso vazio do desamor.
Por mais que nos sintamos amados, nunca estaremos seguros do amor de ninguém.
O amor não é uma coisa fixa. Ninguém vê, ouve, toca ou pega o amor. Desse modo, não existe constância e regularidade no amor.
Podemos amar agora, amar menos daqui a pouco ou deixar de amar mais tarde.
Ninguém tem controle do que sente. O sentimento surge independente da nossa consciência. É por isso que do mesmo jeito que ele vem, ele vai. Jamais saberemos como isso acontece.
Desse modo, o desamor vive na espreita do amor. Melhor, vive embolado no desamor. Ele aparece quando – de repente – começamos a estranhar ou a achar distante quem amamos. Ele aparece quando paramos nosso olhar sobre o outro tentando adivinhar o que está se passando com ele. Isso não acaba nunca!
O desamor é essa sensação de nunca estar cem por cento seguro de como será o próximo encontro.
Não é só o amor que é assim. A contradição é a essência da vida. Não existe existência que não seja contigente. Sentimos angústia, ansiedade, pânico e medo. Sofremos porque temos consciência de que vamos envelhecer e morrer.
O animais vivem do mesmo jeito. Mas, como não têm consciência, não sofrem.
Não entendo por que queremos colocar o amor como algo diferente, especial e separado do resto da nossa existência.
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