Evaristo Magalhães – Psicanalista
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Criamos nomes e números para os dias da semana, meses e anos. Daí, inventamos que temos uma idade. Ontem éramos assim, hoje não somos mais e amanhã, provavelmente, seremos bem diferentes. Criamos tudo isso para termos a sensação de que viver faz algum sentido. Ou seja, viramos dependentes da mudança. Viramos viciados por novidades.
Por que viramos dependentes do movimento? Por que olhamos tanto para o Whatsapp? Por que estamos ensandecidos para que alguma coisa aconteça? Porque é pelos acontecimentos que criamos uma borda para o vazio que somos. Se nada acontecer, ficamos sem rumo. A vida perde o sentido. Ficamos sem sem nada saber – na vertical e na horizontal da vida.
O que fazemos e o que faremos é o que nos protege do que está depois – e que não sabemos – do que temos a nossa frente e ao nosso lado. É por isso que não podemos parar nunca.
No entanto, a vida pode parar. Nada pode acontecer. Estamos terminando o que temos e não temos outra coisa para ligar com isso que está no fim. Contudo, para muitos é desesperadora essa sensação de ter que caminhar no nada – sem nada para pensar e sem nada para fazer.
Os orientais sabem que é exatamente nesse vácuo que está a verdade da vida.
Nós, ocidentais, ao contrário deles, inventamos o pânico e a depressão quando estamos diante disso.
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