Não é possível ser feliz sem dor. Não sabemos e não podemos tudo.
O que fazer com o que não sabemos e com o que não podemos? Não temos outra alternativa. Temos que amar o que somos em ignorância e impotência. Temos que amar o que nos dói.
Vivemos em uma luta suicida pela sabedoria e pela riqueza. Quantos não utilizam a inteligência e a conta bancária como meios de sedução?
Vivemos para fugir do que nenhum intelecto e nenhuma posse pode nos livrar. A questão é que insistimos em lutar mesmo quando blefamos: inventamos compulsões, somatizações, angústias e depressões para fugirmos disso que negamos em nós.
Só sabemos ir do um para o dois, para o três e para o quatro. Quanto mais sabemos, mais queremos saber. Quanto mais temos, mais queremos ter.
Não somos insatisfeitos. Não é de falta que se trata. Trata-se de fuga, medo e covardia.
Quem disse que enlouqueceremos se voltarmos para zero ou para antes do zero? Não enlouqueceremos. Muito pelo contrário, tudo deveria começar por aí. Toda a nossa felicidade está aí.
Para nossas dores físicas, podemos buscar tratamento. Agora, para nossas dores existenciais, não adianta entrar em pânico ou surtar. Não há saber para a existência. Não há objeto que a tampone.
É por não conseguirmos falar ou cobrir nossas dores de existir, que só nos resta vê-las, tomá-las e carregá-las como sendo nossas.
Se nos for possível amá-las, melhor ainda!
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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