Achamos que o amor pode ser só amor – tanto que juramos amor eterno. Achamos que a vida pode ser só vida – tanto que inventamos a ressurreição.
O amor não é só amor e a vida não é só vida. Nada é uma coisa só. Tudo é contingente. Tudo é infinito.
Ao perguntarmos pelo sentido, cairemos no infinito do sentido do sentido.
É quando a vida nos dá sinais de suas adversidades que entramos em pânico ou surtamos.
Contudo, o amor não é só ilusão. Amamos, abraçamos, beijamos e transamos. Isso tudo é muito bom – e é real. Com isso, sabemos lidar muito bem.
A questão é quando queremos fazer possível o impossível do amor. Ou seja, queremos que amar seja só amar. Queremos que a vida seja só vida. Não é. Nunca será.
Há algo no amor que não podemos tocar como quando abraçamos, beijamos e transamos com quem amamos.
Quem dera se amar fosse só abraçar, beijar e transar?! Chega uma hora em que o outro vira para o lado e dorme. Chega uma hora em que – mesmo estando ao nosso lado – ele se perde em seus pensamentos. Por que ele não tira olhos do seu WhatsApp? Será que ele foi direto para casa? Será que ele está no trabalho agora?
Sobre o amor sabemos muito bem. O que não sabemos é do que não controlamos no amor. É por isso que tantos surtam. Só nos ensinaram sobre um amor de superfície. Falta-nos aprender o que do amor beira à loucura!
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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