Se perguntarmos pelo amor, é certo que não chegaremos a lugar nenhum. O amor não é exato. Ninguém sabe sobre o amor. No entanto, é muito bom amar – mesmo não sabendo muito bem de que isso se trata.
É por ser o amor muito bom que queremos possuí-lo. Contudo, ele pode escorrer pelas nossas mãos. Quantos não estão perdendo seus amores agora?!
O amor é contraditório: é bom e, ao mesmo tempo, angustiante – porque pode acabar.
É por isso que colocamos nossa imaginação para funcionar em meio a isso que queremos muito, mas não temos controle.
Não é a razão que alimenta o amor. O amor é sem razão. É a fantasia que dá vigor ao amor. Logo que começamos a amar, já idealizamos nossos objetos amorosos. Desembestamos a projetar uma vida a dois, com uma casa linda, filhos, festas e viagens.
Por que o amor é sem razão? Porque se colocarmos sentido no amor, certamente, daremos conta de que ele não tem o menor sentido – e ninguém quer angustiar.
É exatamente por isso que sofremos por amor. Ou seja, não amaremos se imputarmos razão ao amor. Só amaremos se o fantasiarmos. No entanto, não é possível separar razão, fantasia e realidade. A realidade sempre chega.
Como amar sabendo que se pode deixar de ter o que mais se quer da vida? Se a perda é mesmo inevitável, como amar a perda de tal modo que isso não interfira em toda a inteireza da beleza de amar? Eis a questão!
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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