O mundo seria outro se o que pensamos sobre nós mesmos e sobre as pessoas estivesse apoiado no fato de que estamos aqui de passagem.
Não é o que somos e temos que é a verdade. A verdade não é a estética, a ostentação e a arrogância. Tudo isso vai passar. A verdade é que somos perecíveis.
Eu gostaria de entender onde as pessoas ditas belas, ricas e intelectualoides apoiam suas verdades.
Toda vaidade vira delírio se não estiver sustentada no fato de que vamos todos morrer um dia.
É seguro que dialogaríamos mais, seríamos muito mais solidários e generosos se associássemos tudo o que somos e temos com o fato de que vamos envelhecer e morrer.
A morte é a verdade de todos nós. Tudo nosso – arte, ciência, política, filosofia e religião- deveria existir apoiado nessa verdade.
Nada seria absoluto se viesse colado no princípio de que o absoluto não existe.
Ninguém seria racista, homofóbico e misógino se soubesse que estamos – todos – caminhando para o mesmo fim.
Ninguém teria obsessão pelo poder se soubesse que, no final, seremos todos vencidos – queiramos ou não.
No entanto, nos desvinculamos do que – de fato – somos e alucinamos um mundo completamente mentiroso.
Jamais aprenderemos sobre democracia lendo livros de história, filosofia e sociologia.
Só conseguiremos construir um mundo melhor, o dia em que dermos conta de entender que nada e nem ninguém poderá nos livrar da verdade mórbida que somos.
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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