Quantos não sofrem por amor? Isso é ruim? Para a maioria é o que há de mais desesperador.
Suportar a perda de um grande amor é a maior prova de maturidade que existe. Quem dá conta de um adeus é porque aprendeu a lidar com a única certeza que temos na vida: em algum momento perderemos tudo e terminaremos a sós.
Não é masoquismo sofrer por amor. Nunca estamos tão próximos da perda de nós mesmos quando perdemos alguém.
A felicidade no amor é mentira. No fundo, a vida não nos ama. Não adoeceríamos, não envelheceríamos e não morreríamos se a vida realmente nos amasse.
A vida quer que nos iludamos com o ter e com o ser. No entanto, não deveríamos cobrir nossos mortos de flores. Não deveríamos nos entupir de antidepressivos. Experimentar e carregar a angústia é a atitude mais revolucionária que se possa ter.
Ninguém está tão perto da única verdade de si quando está diante de uma perda.
É pura covardia querer decifrar os enigmas de existir. É pura covardia querer superar o vazio que ficou. Perder não deveria ser sinônimo de sofrer. Perder deveria ser visto como uma experiência normal – uma vez que perder é a única possibilidade que temos de ir de encontro ao que somos de mais verdadeiro!