Quando compramos uma coisa, aquilo é nosso: ninguém pode nos tomar.
Para as coisas que compramos, podemos pensar assim. Agora, para as pessoas que amamos, não.
Não podemos ter ninguém. Só podemos nos servir das pessoas.
As pessoas nos são emprestadas porque por mais que as queiramos como nossas, não há quem se encaixe – perfeitamente – em quem somos.
As pessoas chegam – apenas de vez quando – para o nosso prazer porque somos muito mais do que o outro pode nos dar.
Há o que somos e que mesmo que tivéssemos o mundo inteiro aos nossos pés, nem mesmo assim nos sentiríamos preenchidos.
Há aqueles que acham que possuem e há aqueles que se contentam em ter apenas por momentos. Os primeiros são loucos, fanáticos e psicopatas. Os segundos, são os ditos normais.
Estamos por aqui usufruindo de tudo – e sabendo que teremos que devolver.
Nossa qualidade de vida dependerá da forma como nos colocaremos diante desse fato.
Não passará ileso aquele que acha que tudo pode. Sofrerá menos aquele que se reconhece faltoso quando a falta maior bater à sua porta.
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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