Geralmente, funcionamos assim: primeiro vemos, depois transmitimos.
Há o que transmitimos sem ver: Deus, por exemplo. Há o que vemos e não podemos transmitir: a morte, por exemplo.
Transmitir sem ver, é se confortar pela ilusão. Ver e não poder transmitir, é se confortar por tomar consciência.
Esse segundo tipo, é o trabalho da psicanálise. Vamos ao psicanalista não para saber. Se assim fosse, nenhum sábio teria problema emocional. Nenhum saber cura porque não existe um saber último. Ou seja, não existe o saber do saber.
Então, para que serve o psicanalista? Para nos fazer ver o que não existe nenhum saber. Melhor, para que construamos nosso próprio saber ou para que ajamos sobre isso que só podemos ver.
O papel do psicanalista não é o de ensinar, mas de apontar, mostrar, escancarar, escandalizar e encorajar.
Evaristo Magalhães – Psicanalista
Instagram:@evaristo_psicanalista
Twitter:@evaristopsi