A angústia é o nada. O que é o nada? É quando começamos a perguntar pela origem de tudo: não chegaremos a lugar nenhum. Portanto, terminaremos angustiados.
A angústia é, então, o limite do pensamento.
Se pensar termina em angústia, qual a saída para a angústia? Agir, mover, viver e usufruir.
De que será que vive uma pessoa débil? Ela só pode viver de sentir.
O que faz viver uma criança que ainda não adentrou na linguagem? As sensações.
A angústia deveria nos servir para nos trazer de volta para um mundo que esquecemos, que deixamos para trás e que não valorizamos.
Insistimos em pensar sobre a angústia e mais angustiados ficamos.
A saída para as nossas angústias está tão próxima de nós, mas insistimos em buscá-la onde só afundaremos ainda mais nela.
Deveríamos voltar nosso pensar para o que temos de mais vivo em nós. Nossa atenção não deveria estar voltada para o pensamento do pensamento, para a palavra da palavra ou para o Deus de Deus. Não chegaremos a nada por essas trilhas.
Deveríamos voltar nossa atenção para o que nos faz estremecer, pulsar, suspirar, reverberar, contorcer, salivar, saborear, devorar e regozijar.
O que nos cura está grudado em nós, mas insistimos em procurar onde não estamos!
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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