Ninguém duvida de que o sexo é uma das melhores coisa da vida. É claro que quando falo de sexo não estou me referindo apenas à penetração. Estou falando de corpo, tesão, excitação, prazer, vida, realização e felicidade.
Sendo o sexo tão bom, então, por que não o tomamos como referência para tudo o mais? Por que não levamos o sexo para quando falamos, convivemos, conversamos e abraçamos.
Quantas falas frias? Quantas convivências padronizadas? Quantas conversas engessadas? Quantos abraços truncados?
Por que não ampliamos o prazer sexual? Por que não o tatuamos em nossos modos de ser, vestir, andar, comer, dormir, dançar, tocar e amar?
Por que não tomamos o tesão como modelo para tornarmos nossa vida profissional mais vibrante?
Por que não tomamos orgasmo como medida para nossos momentos de depressão, angústia e melancolia?
Imagina os olhares palpitando de libido? Imagina ouvir só vozes carregada de tesão? Imagina os corpos se movimentando e exalando excitação?
Por que deixamos nosso sexo fora de tudo o mais que somos? Por que só resguardamos nosso tesão para os momentos de intimidade?
A felicidade não é um conceito. Ninguém apreende a alegria de viver em livros de autoajuda. A felicidade está pulsando em nós. Ela é natural. Não é imoral, doentia ou pecaminosa. Por que a reprimimos? Por que não a soltamos? Por que não a diluímos em todo o nosso viver?
Deve ser por isso que muitos estão infelizes, depressivos e frustados. É uma pena que estão desperdiçando seus orgasmos em masoquismos.
Deveríamos ter escola de sexo. Não para ensinar a transar, mas para ampliar a transa para tudo o mais da vida: execraríamos o mau humor, a irritação e a intolerância do mundo.
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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