Achamos que seríamos mais felizes se tivéssemos tudo o que gostaríamos. Julgamos que estaríamos melhores se não nos tivesse acontecido certas coisas. Deixamos de fazer certas coisas para não magoar quem amamos. Cuidamos dos nossos filhos, temos fé e lutamos para melhorar o mundo.
Somos cheios de teorias, ideologias e doutrinas porque cremos em um sentido e cremos poder limpar o mundo de tudo que julgamos como sendo negativo.
Por mais que tivéssemos só o que gostaríamos, nada disso eliminaria a verdade que somos e que evitamos.
Existe solução? Sim. Não podemos achar que o que sabemos possui qualquer relação com o que não sabemos. Não possui!
A questão não é querer preencher o que falta em si. Isso não existe!
É mentirosa qualquer promessa de completude e de felicidade. Nada e nem ninguém tem a fórmula de como existir plenamente.
A verdade de quem somos é manter quem somos em aberto. É criar condições para que inventemos quem somos. É acompanhar – de longe – o modo como vamos nos fazendo só intervindo caso coloquemos nossas vidas em risco.
Fora isto, viver é ir se fazendo nas inconsistências, obscenidades, contradições e contingências.
Viva a arte de criar e recriar a si mesmo!
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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