A grande maioria não fala por si e, sim, pelo outro.
Quem dera se as palavras saíssem de nós mesmos?!
A grande massa fala mesmo é pela boca da mídia, da política, das ciências, das filosofias e das religiões.
Por que não falamos por nós mesmos? Porque teríamos que trazer quem não-somos para junto de quem somos. É por isso que, quase sempre, optamos por falar através do outro. E como todo mundo fala através de todo mundo, acaba que ninguém fala por si.
Os discursos, geralmente, são assépticos das subjetividades porque aparecem sempre muito organizadinhos, lógicos, rigorosos e sistematizados.
É por isso que quase entramos em pânico quando os grandes discursos começam a entrar em colapso – tanto que rapidinho inventamos novas lideranças e novos mitos.
Somos covardes de nós mesmos quando preferimos a ilusão no lugar da verdade. Quem dera se a vida fosse tão bonitinha como dizem por aí?!
Coisificamos as teorias, doutrinas e ideologias porque, caso contrário, enlouqueceríamos com as verdades da vida.
Se o que pensamos, defendemos e brigamos partisse de nossa própria humanidade, certamente não faríamos a guerra, não perseguiríamos ninguém, compartilharíamos as decisões e aceitaríamos as diferenças.
Nessa vida, tudo passa! Essa é a verdade!
Evaristo Magalhães – Psicanalista
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