Somos superfície e profundidade.
A questão é quando o superficial quer eliminar o profundo.
O superficial é o cotidiano: acordar, tomar o ônibus, ir para o trabalho e divertir um pouco nos finais de semana.
O que é o profundo? É o que o superficial tenta esconder. É o que não sabemos e não controlamos. É o que nos angustia e atemoriza.
Achamos que podemos camuflar isso com nossas rotinas. Não podemos!
A psicanálise nos coloca diante desse profundo. Ou seja, nada do que aprendemos na família, na escola e na religião pode nos ajudar quanto a isso.
Quantos agora estão desistindo ou se entupindo de medicamentos porque não estão dando conta disso que nada e nem ninguém pode fazer qualquer coisa?!
Tudo o que nos deram não é suficiente para nos acalmar diante disso. Portanto, precisamos deixar o que aprendemos e inventarmos quem somos – agora – como puro enigma. O que inventarmos aí será algo genuinamente nosso.
Evaristo Magalhães – Psicanalista