Amamos para fugir de quem somos.
A pessoa pode ser milionária, inteligente, célebre e bela. Tudo isso é a maior prova de que ela não sabe de si.
Usamos as coisas para saber quem somos quando só saberemos quem somos na ausência das coisas.
Ninguém nos faz mal. Nós é que usamos o mal que nos fazem para chamar atenção para o nosso desespero.
Falamos, cantamos, viajamos, compramos, comemos e transamos – exatamente – para fugir de nós mesmos.
Amamos, consumimos e gozamos por desespero. Tanto que entramos em pânico quando perdemos quem amamos.
Jamais seremos felizes enquanto não dermos conta de encarar quem somos na mais profunda solidão de nós mesmos.