Nossa existência sofre de diferentes atravessamentos. Somos atravessados pelo tempo, pelo corpo, pelas pessoas e pela sociedade.
Quem não gostaria de permanecer sempre jovem? Imagina que maravilha seria se pudéssemos passar pela vida sem qualquer doença?! É uma pena que ainda não conseguimos construir uma sociedade mais igualitária.
A felicidade não é um milagre. Nossa alegria de viver está – o tempo todo – sendo cortada por fantasmas que nos apavoram.
A vida não é lógica e nem matemática: duvide das receitinhas fáceis de felicidade. Viver é imprevisível. Cada velhice é única. Cada corpo é único. Ninguém tem o poder de mudar – sozinho – a economia e a política da sociedade em que vive.
Nossa qualidade de vida está – o tempo todo – condicionada pela capacidade que temos de desviarmos ou de fazermos furos nesses atravessamentos.
É a imprevisibilidade que impossibilita todo e qualquer conhecimento definitivo sobre qualquer coisa.
Nesta perspectiva, viver não é saber sobre a vida. Viver é saber-fazer com a vida. Espera-se que façamos bem.
Evaristo Magalhães – Psicanalista