A vida é feita de fluxos. Há fluxos que podemos amenizar, alterar e interromper. Há fluxos que nada podemos.
Há o fluxo da política que depende do coletivo para ser modificado.
Contudo, há fluxos que seguirão seu curso independentemente da nossa vontade ou de qualquer outra. Não adianta entrar pânico e nem revoltar.
Estou falando do fluxo das perdas insubstituíveis, do envelhecimento e da morte.
Não estamos sobre esse fluxo. Estamos sob esse fluxo.
Sofremos porque queremos controlar o incontrolável. Quanto mais insistimos, mais adoecemos.
Falta-nos calma, tolerância, resiliência e humildade para o inevitável.
No entanto, não nos foi dada outra escolha. Não podemos tudo. Há o que só nos resta tomar e carregar como sendo nosso – e sem dor.
Evaristo Magalhães – Psicanalista