Tesão é confiança. É permitir que o outro deixe o mais profundo de si chegar até você através de seu olfato, paladar, tato, visão e audição.
É não determinar. É dar ao outro todo o tempo que ele quiser em seu seu cóccix ou na menor dobra de sua virilha. Se ele quiser, pode só olhar, cheirar ou lamber.
Transar é se deixar sentir. Não escolha o êxtase. Não determine a ordem. Deixe fluir. Não importa o tempo e o lugar do corpo.
Repare o olhar. Sinta a energia. Repare o tremor dos lábios. Repare a voracidade da língua. Sinta a pulsação. Repare os poros. Repare o arrepio.
Solte-se. Sinta tudo. Permita-se. Libere-se. Esqueça tudo de seu no outro. Vá até o avesso do avesso dele.
O tesão – simplesmente – é. Não é feio ou bonito. Não é grande ou pequeno. Não é rico nem pobre. Não é gordo nem magro. Vale o frisson e a entrega.
Não repare no olho. Repare no tesão do olho. Não repare as mãos. Sinta o tesão das mãos. Não olhe para a língua. Foque no tesão da língua.
Tesão não é técnica. É entrega. É liberdade. É para ser sentido. Não é só da biologia. É emoção. Não é só inteligência. É sentimento e alma.
Evaristo Magalhães – Psicanalista