Muitos não estão dando conta.
No entanto, nada é permanente. Toda festa acaba. Nunca conseguimos dizer tudo. Há buraco nas letras. Sempre retornamos para o nada.
Viver é – também – dar conta do silêncio. Viver não é cair no nada. Há o que não tem explicação. Menos sabemos que sabemos. Cantamos sabendo que perderemos a voz. Dançamos sabendo que um dia em que perderemos nossas forças.
Não adianta querer tudo compreender. O filósofo é só um amante da verdade.
Depois do claro vem o escuro. Depois da tempestade vem a bonança. Depois, a volta a tempestade.
Podemos e devemos sonhar com um mundo cor de rosa. Não podemos é achar que esse sonho é a realidade. A realidade é implacável em seu vazio.
Muitos angustiam. Muitos não suportam. Muitos desistem. Muitos não se sustentam.
Vivemos na corda bamba.
A saída não seria viver de corda em corda bamba?
Evaristo Magalhães – Psicanalista