Entendo que a grande contribuição da psicologia foi a ideia de subjetividade.
Por subjetividade, as pessoas costumam entender apenas o ponto de vista de cada um.
Subjetividade, é muito mais que isso. É – além do que cada um pensa – o que cada um sente e o que cada um acredita como sendo o melhor para si.
O mundo está virando as costas para a nossa subjetividade. Se nos escutassem, poderíamos externar nossas emoções, ideias e crenças. Seríamos mais felizes. Estão sufocando quem somos.
Ocorre que não conseguimos não ser quem somos. O que não podemos ser pelo bem, acabamos sendo pelo mal. O sufocado sempre retorna.
Por isso, não faz bem para ninguém relações centralizadoras e autoritárias.
Podemos não externar por palavras. No entanto, externamos pelo mal humor, pela desatenção, pela fofoca, pelo puxa saquismo, pela falsidade e pela revolta. Podemos externar fazendo nas coxas.
Ninguém suporta ser subestimado. Quando a subjetividade não sai pelo valor que deveria, ela sai pela raiva e indignação. Quando a revolta não pode ser explicitada, ela sai enviesada.
A expressão da subjetividade é de fundamental importância em qualquer coletivo.
Quando ela não acontece, fica perceptível como o ambiente vai ficando carregado. O grupo começa a reagir com ti-ti-ti, briguinhas, distanciamento, apatia e doenças.
Tudo isto é o retorno das subjetividades sufocadas.
Esta reação pelo negativo nunca faz bem. É uma reação contra o fato de cada um ter sido desrespeitado como sujeito de ideias, sentimentos e sonhos.
Valorize o outro. Se ele não puder ser como é, é seguro que ele será de outro modo, às vezes, nem sempre muito agradável.
Evaristo Magalhães – Psicanalista