Somos o que pensamos sobre nós, sobre nossos corpos e sobre nossos sentimentos. Somos o que pensamos sobre as desigualdades, as injustiças e os preconceitos.
Somos o que falamos – e se calarmos deixaremos de existir.
Existe – sim – uma onda tentando nos calar, limitar nossos espaços e eliminar nossas produções.
Existe – sim – uma certa onda mandando recado. Uma onda em ação, atuando, agindo e fazendo. Em princípio, comendo pelas beiradas. Uma onda atenta aos nossos ecos.
Nossa voz ressoa, questiona, critica e incomoda. Existe – sim – uma onda tentando identificar de qual corpo ressoa cada voz. Uma onda ameaçando e querendo calar na marra. Uma onda que não dialoga.
Não podemos fraquejar. Não podemos nos deixar tomar.
A sensação é de sufoco, estranheza, não pertencimento, discurso sem sentido, deslocado e louco. A sensação é de desespero e solidão. A sensação é de repetição da história. Estamos com medo? Sim. Mas resistiremos!
Não podemos nos acovardar.
Não saberíamos viver de outro modo. Somos o que pensamos, o que acreditamos e o que sonhamos.
Nossas sociologias e filosofias não são em vão. Estamos em todos os lugares. Somos globais, fazemos sentido e temos lógica. Amanhã só será se lutarmos!
Não temos a força do capital, a força das armas e nem o poder instituído.
Não estamos delirando. Por isso convenceremos os incautos. Seremos muitos. Ninguém cala milhões, bilhões … Sigamos!
Evaristo Magalhães – Psicanalista