A felicidade é ter estilo.
Não é possível que sejamos felizes só com o que somos. Se assim fosse ninguém estaria triste – uma vez que a grande maioria vive de acordo com o status quo.
Portanto, ter estilo não é viver conforme o já inventado. Também, não é inventar misturando o que já existe – como se estivesse criando algo novo.
Ter estilo é atravessar tudo no ponto onde tudo falha.
A nossa felicidade não é a felicidade de outrem. A alegria de viver é de cada um. Meu ponto de conexão com o mundo ocorre quando invento a partir do que o mundo só consegue recobrir com tristeza e melancolia.
Estilo é autenticidade. É inventar sobre a falta. É ser humano depois do humano. É criar sobre o osso.
É menos verdade e mais covardia a sensação de que tudo já foi inventado.
Fomos educados para repetir e não para inventar. Sempre esperamos uma resposta. O consumo sabe disso e forma uma série de vendedores de uma felicidade enganosa.
Pagamos caro pela ilusão de que podemos comprar quem gostaríamos de ser. Isso tanto é verdade, que tem gente que quanto mais infeliz está – mais consome.
Felicidade é a capacidade de ir além de si. Estilo é a capacidade de criar sobre o que não se é. É a capacidade de inventar sobre o que ninguém possui.
Estilo é descobrir-se partir do que se tem de mais oco de si.
A felicidade não é o mesmo do mesmo. A felicidade é o novo!
Evaristo Magalhães – Psicanalista