O que está por detrás da posse? O que está por detrás da obsessão? Um amor de fusão. Como é esse amor? Não é um conceito de amor – porque não admite o contraditório.
Quem ama assim, ama de modo muito infantil. Ama um amor sem noção e sem razão. Ama um amor intrauterino, orgânico, visceral e grudado. Um amor alienado.
Que ama assim, ama um amor que nunca separa. Um amor impulsivo e reflexo. Um amor que persegue, grita, xinga, agride e pode até matar – porque não adentrou no mundo da cultura e, por conseguinte, no mundo da dubiedade das palavras.
Quem ama assim, ama um amor que precisa saber, ver, ouvir e tocar o todo do amor. Um amor de mãe que se fez absoluta. Um amor que quer suprir toda a ausência.
Nesse amor, a falta dói na carne, no sangue, na genética e no DNA.
Nesse amor, não existe a palavra perda. É pura biologia.
Esse é o amor da Suzana Richthofen, do casal Nardoni e do ator Guilherme de Pádua.
Evaristo Magalhães – Psicanálise