Não confunda seu amor com o amor do outro. Não queira que o outro te ame como você o ama.
Atente-se para a forma como você é amado – e não para a forma como você gostaria de ser amado. Não exija do outro um amor que ele não pode dar. Amor não se cobra. Só é válido se for espontâneo e gratuito.
Há quem ame grudado. Há quem ame distante. Há quem ame por dinheiro.
Há quem nunca olhou nos olhos. Há quem só ama em certos lugares e em certas horas. Há quem ame o tempo todo. Há quem ame só de vez em quando.
Há quem gosta de ficar juntinho. Há quem quer amor livre. Há quem é atento. Há quem é desatento. Há quem declara seu amor. Há quem nunca disse um eu te amo.
O fato é que o amor não é um conceito. O amor é um sentimento. Eu me sinto amado. Algo em mim me diz desse sentimento.
Não posso ter o amor que quero. Só posso ter o amor que o outro pode me dar. Cada um dá o amor que consegue.
Quantos amores perdidos por matemáticas amorosas?! Quantos amores perdidos por teorias românticas?!
Quem muito cobra, nunca ama. Quem muito pensa, nunca ama. Aproveite o amor que o outro quer te dar. Não importa se faça sentido. Importa é o que a sua emoção te diz do amor do outro por você.
Há amores de apenas um olhar. Há amores de uma vida inteira. Há amores de pegação. Há amores românticos e poéticos.
Não existe amor bom ou ruim. Qualquer amor é bom. Não importa a duração. Não importa hora e o local. Não importa com quem. Importa é o friozinho na barriga, a troca de olhares e a mordida nos lábios.
O amor não tem tempo, não tem idade, gênero, raça ou classe social. Amar não tem conotação moral. Importa é que seja sentido. Se for: qualquer maneira vale a pena.
Evaristo Magalhães – Psicanalista