Milhares de livros já foram escritos sobre o amor. Por que, então, mesmo com tantas teorias, ainda fracassamos no amor?
Fracassamos porque adoramos receitinhas, conselhos ou exemplos de como amar.
Fracassamos porque acreditamos no poder das palavras. Fracassamos porque acreditamos em livrecos de autoajuda. Fracassamos porque subestimamos nossa capacidade de encontrar as saídas por nós mesmos.
Fracassamos porque achamos mais conveniente consumir pensamentos e testemunhos de amores irreais.
Fracassamos porque achamos que sabemos tudo.
Não existe teoria cem por cento segura sobre o amor. Fracassaremos com qualquer coisa que nos disserem. Não existe filosofia, ciência ou religião para os sentimentos e para o sentido de viver.
Isto é ruim? Claro que não. Quem inventou a filosofia? Quem inventou a religião? Quem inventou a ciência? Tudo isso me foi imposto. No entanto, repito tudo quando fracasso no amor e quando desembesto a buscar fora de mim algo que traga meu amor de volta.
Não é fora de mim que aprenderei o que é o amor.
Na verdade, a vida nos faz fracassar, exatamente, para termos a oportunidade de rompermos com o que inventaram de nós e nos reinventarmos por nós mesmos.
Precisamos saber-fazer com o que não sabemos. Precisamos nos reinventar sobre o que não há qualquer invenção. Vale qualquer coisa – com a condição de que não seja sofrer ou continuar repetindo a mesma dor.
Evaristo Magalhães – Psicanalista