Como quase tudo na vida, o sexo, também, tem tudo a ver com nossos sentidos.
Para ser bom de cama não basta ser bonito, inteligente e viril. Sexo é gosto. Não só gosto estético ou intelectual. Sexo é – também – olhar, paladar, cheiro e textura.
Não é só a ignorância e a frieza que brocham.
No entanto, não basta ser intelectual e ter pegada para fazer o parceiro ou a pareceira subir pelas paredes.
Não basta só se apresentar bem vestido. É preciso apresentar-se bem – também – sem roupa.
Lembre-se que uma vez visto e sentido não adianta parar e começar de novo.
No sexo, qualquer detalhe pode levar tudo à bancarrota.
Tem coisa que não resolve nem no escuro. Não é frescura. Não é intolerância. É algo incontrolável.
Definitivamente, não é só um corpinho bonito, um bom papo ou uma boa conta bancária que faz o amor.
Não existe meio amor. Ou amamos inteiro ou não amamos. Costuma ser aquele um por cento que acaba detonando com os outros noventa e nove por cento de amor. E pode ser esse um por cento que, uma vez lembrado, pode retornar destruindo os outros noventa e nove por cento de puro tesão.
Evaristo Magalhães – Psicanalista