Não deveríamos nos culpar quando brochamos.
É fato que sempre exageramos em momentos de carência. Por ansiedade pode acontecer de pegarmos o primeiro da fila.
Acabamos trocando o pés pelas mãos quando queremos demais que a relação dê certo: falamos mais do que deveríamos e, por isso mesmo, nada funciona. Daí, ficamos destruídos.
Só depois é que nos damos conta que foi propositadamente que a coisa toda desandasse.
Já sabíamos – sem saber – que não era para dar certo.
Brochamos porque nosso inconscientemente já estava nos dizendo que aquilo não era mesmo para acontecer.
Tanto que depois nem sentimos saudade – e ainda achamos estranho como tivemos coragem de ir pra cama com aquela figura.
Fomos salvos pela nossa brochada.
Ainda bem que a coisa não foi para frente. Há males que vêm para o bem!
Portanto, não fique triste e não se culpe quando brochar. A culpa não é sua. A culpa é do outro que sequer mereceu sua concentração e seu tesão.
Tanto isso é verdade que nunca falhamos quando a coisa realmente vale a pena.
Evaristo Magalhães – Psicanalista