Mães e filhos não deveriam se amar demais.
O amor seria bom se só fosse amor. Mas, não é.
O amor pode ser – também – desamor.
Não podemos misturar amor com desespero de perder.
Não adianta dizer que não pensamos o pior quando amamos.
Mães podem odiar seus filhos quando os superprotegem por insegurança suas.
Não é amor e, sim, desprezo impedir o outro de ser por si.
É porque só sabemos amar tendo, que odiamos tudo o que pode colocar em risco esse nosso jeito possessivo de amar.
No entanto, existe o dois, o três, o quatro e o infinito. Quantos não estão agora perdendo seus amores?!
Deveríamos amar – também – a possibilidade de não poder mais amar.
Olhamos só o amor – e esquecemos tudo que o atravessa.
Sempre perde quem muito ama porque perder é inevitável. Em algum momento, todos teremos que experimentar a despedida.
Quem tem medo de perder, ama mais esse medo que a própria pessoa que se diz amar.
Quem muito ama, esquece do amor que tem e ama torturando-se do amor que – certamente – não terá.
Deve existir um outro jeito de amar que não esse marcado pelo medo de perder.
Evaristo Magalhães – Psicanalista