Aprendemos que quanto mais educada a humanidade mais elegante ela seria. No entanto, li, certa vez, que Hittler escutava música clássica enquanto judeus eram queimados vivos.
Dizem que o Bolsonaro tem diploma de psicólogo.
Portanto, não é pela inteligência que a deselegância será contida.
A psicanálise afirma que nossos surtos advêm de quatro fontes: do fato de que nascemos com desejos e fantasias pouco apreciadas socialmente, do fato de que sofremos abusos, abandonos e perdas ao longo da vida, do fato de não sabermos de onde viemos e nem para onde vamos e do fato de que vamos envelhecer, perder pessoas amadas e morrer.
Desse modo, o ódio é uma invenção da inteligência. Se não fizéssemos certas perguntas, ao que tudo indica, não ficaríamos revoltados.
Creio que odiaríamos menos se lidássemos melhor com isso que nossa civilização vive se debatendo – e em vão.
Faríamos menos mal se tomássemos o que nos falta como parte natural da vida.
Estou falando – obviamente – do ódio por questões existenciais.
O mesmo não podemos dizer das pessoas que se revoltam pela miséria. Nesses casos, o ódio entra na categoria do justificável.
Evaristo Magalhães – Psicanalista