Dizem que no amor só temos duas alternativas: amamos ou usamos as pessoas. Quem dera se o sexo coubesse apenas nessas duas alternativas.
Namoramos ou ficamos. Há quem detone este último e vanglorie o primeiro.
Dizem que quem só fica não sente. Que absurdo!
Será que essa descrição corresponde ao que realmente acontece com quem gosta de sexo casual? Creio que não.
Jamais saberemos descrever o que se passa quando duas ou mais pessoas resolvem ficar.
Em qualquer encontro um mundo de toques, cheiros, olhares, audições, sensações e emoções estão presentes.
Há muito mais entre as palavras e as coisas do que pode imaginar a nossa vã filosofia.
Por que não viver mais que pensar?
Por que não experimentar mais que julgar?
Por que não mais tesão que razão?
Creio que aqueles que defendem o amor romântico como a única nobreza de amar, no fundo, são recalcados disso que circula nos cheiros, nos olhares, nos toques, nas insinuações e nas seduções.
Há o dito e o não dito.
Ainda bem que não existe lei para o tesão.
Evaristo Magalhães – Psicanalista