Imagina uma situação que poderia te levar à loucura: a traição do amor da sua vida, a perda de um familiar muito querido ou a demissão injustificada de um trabalho que você tanto gosta. O que fazer quando tudo parece se romper?
No entanto, no dia a dia, se surtarmos, podemos ir direto para o hospital psiquiátrico ou para a prisão – fora a mancha que ficaria encrostada em nossa moralidade e em nosso emocional.
De certa maneira, todas as queixas que aparecem nos divãs, estão relacionadas com essas e outras questões. As pessoas nos procuram, geralmente, porque estão ao ponto de fazerem uma besteira – uma vez que não estão sabendo lidar com situações-limites em suas vidas.
O diferencial do que acontece na vida para o que acontece na psicanálise, é que, nesta última, o psicanalista coloca seu paciente no limite de seus amores, de seus vínculos familiares e de suas expectativas profissionais.
A diferença é que lá fora enlouqueceríamos e, sobre o divã, isso não aconteceria. Por que? Supostamente, o psicanalista já possuiria essas questões resolvidas em si. Ou seja, ele já saberia o que fazer com isso.
É óbvio que não existe solução definitiva para nossos traumas. Toda ruptura é vivenciada de modo – absolutamente – pessoal. O analista, nesse contexto, seria a prova viva da possibilidade um saber-fazer com os traumas.
O bom de ser escutado, é que o psicanalista nos acompanha em nosso saber-fazer com nossas questões.
Se, para ele, é possível, por que não nos seria também?
Resta saber o que preferimos: descobrir nosso modo próprio de lidar com nossas rupturas ou ficarmos à deriva de nossos impulsos – pondo risco nossas vidas, as vidas que nos são próximas ou a nossa sanidade mental.
Evaristo Magalhães – Psicanalista