Olhamos com diferentes intenções. Porém, nada se compara quando somos olhados com um olhar inflado como se quisesse nos sugar por inteiro.
É uma delicia esse momento voyeur da sedução.
Há olhares constrangedores e agressivos porque só dizem da superfície – e nada mais que isso.
No entanto, há olhares que vão fundo. Dizem mais, despem invadem, estremecem, enxergam tudo e fazem subir pelas paredes.
É uma delicia quando o olhar solta aquele sorrisinho, abaixa a cabeça e olha sorrindo novamente meio envergonhado.
É uma delicia quando o olhar nos segue distante e quando fica com um misto de saudade e de desejo.
É uma delícia essa comunicação sem palavras e sem toques porque é o corpo falando com suas pulsações.
É uma delícia um tesão à flor da pele nos desnudando e captando cada detalhe nosso. É uma delícia o tesão que tudo devora, adivinha coisas, abre poros, arrepia, treme e saliva.
O tesão é imprevisível porque independe do tempo e do espaço: pode ser na rua, na igreja, no trabalho, no carro, pela manhã, na madrugada ou ao meio dia.
Não importa se o tesão é bonito ou alegre. Não importa se é comprometido ou rico. O tesão tudo suplanta porque não obedece à nenhuma razão, lógica, status quo ou moral. É outro registro.
O tesão é de quem o dá é de quem o sente. Infelizmente poucos sabem fazer bom uso dele!