Quem consegue definir o amor? Fica difícil saber quando não vemos ou tocamos. As palavras só constroem uma borda em torno do que sentimos. É por isso que a vida não se reduz a conceitos.
Nesse sentido, não ama quem muito pensa. Quem muito pensa pode até saber muito sobre o amor, mas nunca conseguirá colocar em prática o que pensa.
Amar é sem razão. Quantos já não deixaram de viver grandes amores por querer um amor mais teórico que real?!
O amor não é só quando se declara, toca, beija ou transa. Há muito mais amor para além de falar, pegar e transar. Há amores de olhares, energias e cuidados. Há sensações, silêncios e gestos de amor. Há movimentos e intuições de amor.
Não podemos reduzir o amor. O amor não é só o que se vê. Há infinitas formas de amar. Quem não consegue perceber pode perder a oportunidade de continuar amando mesmo quando verbalizar, tocar e transar não estiver acontecendo na relação.
Há quem verbalize. Há quem é de tocar. Isso significa tudo do amor? Não. É preciso alguma sensibilidade para perceber outras configurações de amar. Atente-se para isso.
O amor não é uma ciência exata. Não é constante e regular. Há muitos amores.
Agora ele é de um jeito. Daqui a pouco pode não ser. Amanhã? Como saber? Será que o amor é feito só de blá-blá-blá, pegação e sexo?
Evaristo Magalhães – Psicanalista