O bebê chora pela mãe quando sente medo.
Quem não gostaria de ter alguém que lhe protegesse a vida toda?!
A questão é nunca estamos cem por cento seguros do amor de ninguém.
O amor só é válido se for livre e gratuito.
No entanto, o individualismo vem forçando uma espécie de autismo do indivíduo para consigo mesmo.
Possivelmente, a próxima geração será cem por cento autossuficiente e cem por cento bela e feliz.
Ao que tudo indica, não haverá mais comunicação. Todos terão seus próprios mundinhos, conceitos, valores, sentimentos e crenças. Ninguém precisará ir ao encontro de ninguém.
Quando falávamos tínhamos a necessidade da presença do outro – uma vez que ninguém sabia tudo.
Agora, uma geração de narcisistas, dispensará seus amores e suas amizades. Serão sua própria companhia. Não se julgarão mais feios ou bonitos, tristes ou alegres. Estarão certos de si. Criarão um mundo próprio. Dominarão toda a técnica e serão viciados em aplicativos de lazer e sexo. Prescindirão das presenças, das interlocuções, dos julgamentos, das discordâncias e concordâncias.
Não haverá mais diferenças entre o bem e o mal – uma vez que a ausência do outro suprimirá todos os conflitos.
A tecnologia definirá o nascer, o viver e o morrer. Estaremos seguros de quem somos, do que temos e do que podemos.
Será o fim da humanidade?
Evaristo Magalhães – Psicanalista