Muitas pessoas se irritam quando uso as expressões esquerda e direita.
Entendo por esquerda, uma posição ideológica que luta por políticas públicas de transferência de renda, emprego, saúde e educação.
Por direita, entendo as políticas – ditas – liberais que não questionam as concentrações e atribuem ao próprio indivíduo a culpa por sua miséria.
Aqui, no Brás, as tais políticas liberais só existem para legitimar o princípio do quanto pior melhor – no sentido de forçar a tal balela do empreendendorismo – que só garante a manutenção da concentração.
Na verdade, essa direita liberal nunca existiu no Brasil.
Aqui os nossos pobres – especialmente – jovens e negros, são tratados como uma geração perdida, dizimada pela polícia e pelo tráfico de drogas.
Nunca fomos liberais. Sempre fomos – politicamente – disfarçados de fascistas.
É fato – reconhecido em todo o mundo – o quanto a esquerda tentou mudar este quadro. No entanto, sofremos um golpe e estamos com outros tantos a cada dia.
O poder – agora – é sem ética: é inescrupuloso.
Tudo parece um grande circo. Já sabemos do resultado – mesmo antes de qualquer julgamento.
O governo é sintomático. Ele só tomou o poder para destruir os avanços obtidos pela esquerda. De outro modo, nunca retornaria ao poder.
Como o apoio da mídia, manipula os mais suscetíveis – subtraindo de suas memórias todas as conquistas.
A ideia é impor uma tecnocracia sobre a democracia.
Ainda estamos distantes de resolver nossas questões pelo debate de ideias.
Com tanta aberração, fica impossível fundamentar o sentido da democracia.
Infelizmente, parece que só sabemos fazer política pela coisificação do mais fraco.
Evaristo Magalhães – Psicanalista