Não nos preocupamos quando estamos felizes. O problema é quando o outro resolve partir.
Não sabemos o que fazer quando não temos. Não sabemos o que fazer com a solidão. Somos do prazer dependente. Nossa felicidade é de impor condições. Nossa alegria de viver é possessiva. Só sabemos falar a língua do ter para ser. Não temos um nome próprio que nos faça independentes.
Ainda não nos descobrimos UM. Só sabemos de nós por dois.
Nesses tempos de individualismo extremo o melhor é começarmos a contentar com o que temos em nós mesmos.
Infelizmente, criamos essa cultura louca de que a felicidade para ser, só se for à dois. Nunca acreditei nisso. Sempre achei que, no amor, as relações nunca são de simetria. Nenhum par é feliz igual. Um sempre deixa um pouco mais de felicidade para o outro. Narciso nunca nos abandonou em nossas relações amorosas.
Portanto, se queres amar, ame-se. Não espere por ninguém – porque nunca será como você gostaria.
Evaristo Magalhães – Psicanalista