Gosto de observar o que o outro têm de mais amável.
Todo mundo possui algo que merece ser amado.
Precisamos ficar mais atentos ao que outro exala de sentimento. Precisamos elogiá-lo – especialmente – no amor que ele – espontaneamente – compartilha conosco.
Não estou falando de inteligência e beleza física. Falo de algo mais essencial, mais simples e mais puro. Falo de gratuidade.
Não falo do que o outro faz só para aparecer ou por reconhecimento.
Falo de gente natural, livre doce e humilde. Falo de gestos imperceptíveis.
O verdadeiro amor é aquele que revelamos – e sem ninguém esperar. É aquele que só quem recebe é que percebe.
O verdadeiro amor aquele que somos surpreendidos com um agradecimento. É aquele que não esperávamos retribuição.
O verdadeiro amor é aquele que sai da liberdade mais sincera do sentimento. Não é o óbvio. É a naturalidade. É o novo.
Não merece amar quem se arroga saber amar.
Nada se compara à beleza natural de um sorriso.
É importante dizer do amor. Especialmente do amor sem qualquer intenção.
O amor verdadeiro se dá em detalhes. Não vem como dito – mas como acontecimento.
Vem com o ato de passar um café, com a disponibilidade de dar uma informação, com a gentileza de cumprimentar e com a boa vontade de cuidar.
Creio que o mundo estaria bem melhor se disséssemos mais das qualidades amorosas que dos defeitos amorosos.
Perdemos a capacidade de enxergar o verdadeiro amor. Viramos seres desconfiados.
Parece que só nos interessa a superfície.
Precisamos resgatar o que o outro tem de mais amoroso.
Perdemos o essencial.
Não há quem não tenha algum amor para oferecer?! A questão é que parece que perdemos a sensibilidade para reconhecer.
Precisamos voltar a espalhar mais amor pelo mundo.
Evaristo Magalhães – Psicanalista