O ódio é a pretensão à verdade. Toda verdade é odiosa porque não dialoga. Em tudo há um contraponto.
Não pode ser amor o que leva em conta a obrigação de amar.
Todo absoluto é mórbido porque sufoca.
O que torna o sexo relativo é o laço que a prática sexual faz com a vida.
Ao relativizarmos, descobrimos que não podemos e reconhecemos que precisamos do outro e da natureza.
Temos uma infinidade de laços possíveis. Jamais podemos nos desatar de tudo.
Todo racista é um desatado. Todo homofóbico é um desatado. Não há laço possível com o ódio.
A realidade é sempre relativa. Relativizamos nossas posições no ponto em que as enlaçamos à outras posições.
Nunca devemos dizer como se possuíssemos a verdade.
A mulher nunca é só o que pensamos dela.
Viver é enlaçar – uma vez que os enigmas nunca cessam.
Qual laço posso fazer com um LGBT? Qual o meu ponto de conexão com ele? A nossa humanidade. Esse é o grande nó.
Qualquer nó só é seguro com a condição de que ele seja dado sem nenhuma forma de violência. Podemos dar os nós que quisermos: não podemos é enodar excluindo o outro.
Evaristo Magalhães – Psicanalista