Achamos que conseguimos esconder nossas verdades. Revelamos – sutilmente – quem somos quando contamos – inocentemente – nossas histórias de vida. Somos as músicas que ouvimos, os filmes que assistimos e as roupas que vestimos. Somos o que fazemos, falamos e sentimos. Somos o que postamos nas redes sociais.
Colocamos – o tempo todo – quem somos através do outro. Ao falarmos de alguém estamos – no fundo – é falando de nós mesmos.
Não temos o hábito de mostrar quem somos de forma transparente. Nós mesmos não sabemos muito bem quem somos. Dizemos de nós através por vieses: quando criticamos ou julgamos alguém.
Ao culpar o outro por nossos fracassos amorosos acabamos revelando – nas entrelinhas – nosso estilo – desastrado ou não – de amar.
Também, não temos o hábito de conhecer os outros quando dizem de si na terceira pessoa. Inocentemente pensamos que o outro é neutro enquanto relata suas mazelas existenciais. Ledo engano!
Um dos melhores meios de conhecer o outro é tentar enxergá-lo por detrás de suas ações e de suas falas cotidianas.
É possível conhecer alguém forma como o anda, senta, dorme, come, veste e namora.
Ninguém é um mistério ambulante ou passa ileso quando convive socialmente.
Conhecer a verdadeira face do outro é uma questão de inteligência e de sensibilidade. Talvez – por isto mesmo – existam tantas pessoas vulneráveis às ações dos canalhas.
Evaristo Magalhães – Psicanalista
Neh ???!!!