Você prefere o sensual ou o vulgar? O que deixa entrever ou o que escancara? O que insinua ou o que escracha.
Há quem prefira o sensual. O que nunca esgota. O que sempre deixa algo pra ser visto. O que gosta de ser buscado. O que nunca é totalmente descoberto.
O sensual é mais que corpo. Incita a alma. Instiga. Mostra lentamente. Há muito para ser visto. Supõe um cuidado. Não vai de uma vez. Coopta aos poucos. Mantém a atenção. Deixa um depois. Leva à curiosidade. Impulsiona ao futuro.
O sensual nada tem a ver com costumes e moralismos. Há freiras e putas sensualíssimas. É uma delícia a personagem prostituta de Penélope Cruz no filme “Para Roma com Amor” de Wood Allen.
O vulgar chega – chegando. Entra e sai exaurido. Não deixa rastros. Mostra tudo de uma vez. Não provoca. É o máximo de exposição. Não faz pensar. É tudo direto. Sem ar de mistério. É uma intimidade pública.
O vulgar é dos extremos. Sem dualismos. Tudo limpo, raspado, depilado, desnudo, direto ao ponto e sem nada. Tudo igual. O mesmo carão. Tudo de uma vez. Tudo imediato.
A vulgaridade come, pega, enfia, chupa, lambe, trepa, goza, usa, chuta, pisa e dispensa.
A vulgaridade esgota rápido e leva à exaustão. É sem sentido. Povoa o mundo de autômatos.
Autor: Evaristo Magalhães – Psicanalista clínico.
você é engraçado…
Vc é certeiro…por isso meu apreço e admiração.
É verídico. Com o passar do tempo se perdeu o real valor em descobrir, desvendar, instigar o que deseja, fazer acontecer. Hoje é no popular “Pá Pum” se rolou bem, se não rolou vai rolar com outro.
Vida de vulgaridade total.
Hoje está tudo muito sem nexo…